sexta-feira, 15 de maio de 2009

Suzana, Maria Padilha e a Oferenda - Parte 2

A listinha que Suzana recebeu da Maria Padilha solicitava:

- 1 pedaço de Cetim Vermelho
- 3 Velas Vermelhas
- 1 Maço de Cigarros
- 1 garrafa de Champanhe Rosê
- 3 Rosas Vermelhas

Modo de preparo:
Em uma Quarta Feira, entre 21h00 e 23h30, estender o cetim vermelho em uma rua em T, acender as 3 velas com a mão esquerda, acender 3 cigarros do maço com a mão esquerda, acrescentar o champanhe e as rosas vermelhas.

Suzana teve dificuldades em encontrar a rua em T ideal, nem tão perto da sua casa, nem tão longe, escura ou escondida. Na verdade teve dúvidas sobre o que seria uma rua em T. Teve mais dúvidas ainda sobre como acender direito as velas e os cigarros, “devo segurar com a mão esquerda ou riscar o fósforo com a mão esquerda e segurar as coisas com a mão direita? Ai meu santo...”.
Também foi difícil achar um champanhe rosê que não fosse tão caro e que fosse o rosê ideal, alguns eram vermelhos demais, era o que Suzana achava. E as rosas? Deveriam estar abertas? Ou podiam ser rosas em botão, será que fazia diferença? É que Suzana passou por 3 floriculturas e só encontrou rosas em botão.

Mesmo com todas as dúvidas e inseguranças Suzana conseguiu fazer sua comprinha. Dirigiu-se a uma rua que parecia ser a ideal, o relógio marcava 23h00.
Suzana não queria ser vista fazendo sua oferenda e achava que as entidades deveriam ser mais discretas, aceitando oferendas feitas em casa ou em ambientes fechados. “Será que na rua o acesso das entidades as oferendas é mais fácil?”, pensava Suzana.

Pois bem, parou no ponto escolhido com sua sacola, sacou o cetim vermelho e forrou o chão cuidadosamente, nesse momento eis que passa um carro, Suzana dá uma disfarçada, o carro se afasta e ela continua. Começa a acender os cigarros, tem muitas dificuldades já que nunca fumou na vida e não sabe se tem um jeito certo de acender, se o cigarro precisa ser tragado ou só aceso mesmo. O mesmo carro volta, passando bem devagar. Suzana está lá, com cigarro na boca tentando acender, não deu pra disfarçar, não como ela gostaria. Novamente o carro se afasta.

Pronto, Suzana já tinha conseguido acender os cigarros e as velas, as velas com dificuldade já que ventava um pouco. E o champanhe devia estar aberto ou fechado? Sim, Suzana teve muitas dúvidas durante todo o processo. Optou por deixar a garrafa fechada, estava finalizando com as rosas quando o mesmo carro voltou pela terceira vez. O carro parou do outro lado da rua, e o cara que estava dentro abriu o vidro. Suzana estava morrendo de vergonha e um tantinho assustada.

- Ta fazendo o que aí Gata é despacho?
Suzana não sabia o que responder, ficou quieta.
- Já terminou? Quer uma carona?
- Não pego carona com estranhos, nem falo com estranhos.

Disse Suzana
- Ô Gata, aqui não tem estranho não, sou o Jorge do seu condomínio não ta me reconhecendo? E pode largar despacho assim na rua? Não é proibido não? É que sei lá né em São Paulo é tudo proibido agora, até coxinha em cantina de escola, quanto mais frango na esquina.
- Jorge? Ai meu Deus não acredito.
Pensou Suzana e disse: Aqui não tem frango nenhum, nem despacho é só uma oferenda light. E muito obrigado mas não preciso de carona não.
- Diz aí é namorado que você pedindo? Pergunto por que tô solteiro e nunca se sabe.
- Dá pra você me deixar paz? Que saco
Disse Suzana já meio alterada.
- Êeeeeeeeeee Gata, não precisa ficar brava não, vou descer pra gente conversar.
E foi saindo do carro.
- Você não chega perto de mim, eu grito ta entendendo, eu grito.
Jorge desceu do carro e foi chegando perto de Suzana, que já estava histérica aos gritos.

Nesse momento passa um carro de polícia, obviamente para e vai checar o que está acontecendo. A polícia já desce com arma em punho mandando Jorge encostar e querendo saber o que esta acontecendo.
(Continua...)

1 Heim?!:

Anônimo disse...

Ótimooooooooooo...Muito hilário!!!
Estou ansiosa para conhecer o final dessa estória...Bjos!!!!!!!!!

 
Era pra ser Ursula. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino