Agradeço de coração pelas mensagens (em toooooodas as vias de comunicação), pelo bolo e almoço delícia da Dona Marinalva, pelo amor dos meus amigos, pelos abraços e beijos vários, ah e pela penca de presentes. São tantos presentes e, como tenho amigos bons demais, eles se encarregam de aparecer com coisas únicas, inesquecíveis. Como esse texto que replico aqui, mas está postado no Bar e lanches taboao.
David da Silva seu filho da mãe, sem palavras pra agradecer.
Cachorro! Poeta! Tenho tanto orgulho em tê-lo como amigo, em sempre receber carinho e atenção, assim de graça, é tanta generosidade da sua parte... Obrigadão!
David da Silva seu filho da mãe, sem palavras pra agradecer.
Cachorro! Poeta! Tenho tanto orgulho em tê-lo como amigo, em sempre receber carinho e atenção, assim de graça, é tanta generosidade da sua parte... Obrigadão!
QUARTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO DE 2012
Confissão de amor pela vizinha
Para Flávia D’Álima, aniversariante
Aquela a quem eu amo me disse hoje, pela manhã,
que a data de fundação da cidade de São Paulo é
evento tão importante, que as cidades vizinhas
também deviam se curvar à aniversariante.
Irrefutável.
A região metropolitana inteira, a chamada Grande
São Paulo em peso tem obrigação de reverenciar o
município-mãe no seu dia da criação.
Taboanense da gema, tenho pela capital paulista a
mais plena veneração.
Tanto assim que exercito minha boemia pela região
mítica de “Campo Limpo-Taboão”, devidamente definida na cartografia
poética de Robinson Padial, o Binho.
A metrópole paulistana compartilha sua data querida com minha amiga
esplêndida em todos os fulgores da sua beleza física e múltiplos talentos
Flávia D’Álima.
Flávia D'Álima em Paixão de Cristo |
Moradores de Taboão da Serra já tiveram a
benção de ver Flávia em ação arrebatadora
na encenação da Paixão de Cristo por quase
uma década (2000 a 2006). A atividade
artística de Flávia D’Àlima é uma corrente de
acertos (aos quais ela teimosamente
embirra de dizer que contém fracassos).
Na estrada desde 1996, Flávia já encarnou
nos palcos personagens de pelo menos 18
montagens teatrais. E além de brilhar na boca
de cena, agora também irradia aptidão por trás
das cortinas, na produção.
Flávia e eu temos bocas e olhos devidamente
equipados para longas jornadas noite a dentro (axé!, Eugene O’Neill).
Hora dessas vamos peregrinar em ronda noturna por uns fecha-nunca
sempre plenos de ensinamento para quem não cansa de aprender com o
lado enviesado da vida. Flávia e eu gostamos de ver o dia lutando com
as trevas do amanhecer.
E também achamos fraquinho quando dizem que o momento fulgurante
chama-se “nascimento do sol”. Como o menino Perus (do conto abaixo)
gostamos um pouco, um pouquinho só, do nome aurora, mas quando se fala
isto baixo e sério.
Leitora voraz, sei que ela vai curtir demasiadamente bem este trecho do
conto Malagueta, Perus e Bacanaço do imortal João Antônio.
É meu presente de aniversário para a Flávia querida e para a cidade vizinha
que eu amo.
Nenhum outro escritor jamais descreveu em tempo algum um alvorecer
paulistano de forma tão densamente poética, uma aurora de dolorida doçura
vista de dentro da ótica dos botecos mal dormidos do Largo de Pinheiros.
“Luzes se apagaram nas ruas. Uma palpitação diferente,
um movimento que acorda ia-se arrumando em Pinheiros.
Primeiros pardais passavam. Perus acompanhava os dois,
mas olhava o céu como um menino num quieto demorado e
com aquela coisa esquisita arranhando o peito. E que o menino
Perus não dizia a ninguém.
Contava muitas coisas a outros vagabundos. Até a intimidade
de outras coisas suas. Mas aquela não contava. Aquele sentir,
àquela hora, dia querendo nascer, era de um esquisito que arrepiava.
E até julgava pela força estranha, que aquele sentimento não
era coisa máscula, de homem.
Perus olhava. Agora a lua, só meia-lua e muito branca, bem
no meio do céu.
Marchava para o seu fim. Mas à direita, aparecia um toque
sanguíneo. Era de um rosado impreciso, embaçado, inquieto,
que entre duas cores se enlaçava e dolorosamente se mexia,
se misturava entre o cinza e o branco do céu, buscava um tom
definido, revolvia aqueles lados, pesadamente. Parecia
um movimento doloroso, coisa querendo arrebentar, livre,
forte, gritando de cor naquele céu.”
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço – 1963)
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