Embora morem na língua, as papilas não podem contar, gritar, explicar, elas não podem falar, daquele gosto.
Que pra definir, talvez só sentindo com muita concentração. O que não é possível, porque ali, no meio daquela troca de fluídos ela se perde, vai pra outro lugar, vira outra coisa, vai fazer sei lá o quê.
Ela deve pensar: pra que concentração se aqui a pulsação está dando conta?
Se o pensamento está dançando e o corpo gritando naquela temperatura, ela, a concentração, acredita que está tudo certo.
E está mesmo.
Quem perde, porque ganhou, são as papilas curiosas. Metidas a intelectuais elas gostariam de definir em palavras, talvez em comparação, toda aquela sensação. Que além de tudo faz pelo menos duplicar a aceleração do desligado coração.
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