quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Indignação ou TPM mesmo?

O mundo é cheio de “espertos” não é mesmo? E essa raça é péssima.
O esperto é aquele que esta sempre tentando tirar vantagem, e em muitos casos ele (ou ela tanto faz) pensam mesmo que são mais ligados que os outros. Não percebem que os “outros” na verdade são pacíficos ou passivos ou mui educados. Mas isso até se depararem com uma barraqueira ou com uma mulher acometida pela TPM, em alguns casos é difícil ter certeza do que impulsiona um surto feminino.

Era domingo e a turma de amigos saiu para se divertir, foram a uma espécie clube, lá teria um show ao ar livre a um bom preço. Bom programa para um dia de Sol. Pois bem, só que essa grande idéia não foi só daquela turma de amigos, muita gente pensou a mesma coisa. Sendo assim o que tinha na porta do lugar? Fila claro, muita fila.
Fila de gente, fila de carros, fila de vendedores, fila de tudo. Até aí normal São Paulo é assim mesmo existe fila pra pegar fila. O problema mesmo não foi esse, é que depois de muito tempo dentro de um carro, fervendo em uma fila no Sol os ânimos não são mais os mesmos. E foi aí que apareceram os “espertos”.
Faltavam três carros para que a turma entrasse no clube, só que a fila simplesmente estagnou. E por quê? Porque motos conseguiam passar pelas laterais. A moça que estava no banco da frente sacou o movimento, uma moto, duas motos, três, quatro, cinco, dez motos. Todas cortando a fila, na maior cara de pau.
Aquilo foi irritando A moça. Pô a fila não andava mais! Onze motos, quinze, vinte motos e ninguém fazia nada. O calor foi aumentando dentro do carro. Claro a primeira “vitima” da moça foi o namorado.

- Você não fazer nada?
- E o que você quer que eu faça, quer que eu brigue com esse bando de motoqueiros?
- Sei lá, buzina, grita, faz alguma coisa, vai ficar aí parado?
- Olha só tem mais carros na nossa frente e ninguém tá falando nada também.
- Ué por isso é que eles continuam cortando, porque ninguém faz nada.

Vinte cinco, trinta motos e o calor dentro do carro estava insuportável. A moça não aguentou desceu do carro enlouquecida, bateu porta, tropeçou e foi decidida, esbravejando em direção a entrada.

- Ei ninguém aqui tá vendo essa zona? Quanto tempo mais esse caras vai ficar cortando a fila? Ninguém vai fazer nada não? Essa fila não anda. Você. Você. Você tá vendo que eu sei. Tô vendo você vendo. Que palhaçada, quer dizer que é assim a gente chega pega fila, espera e esses caras entram na frente e ninguém resolve.

Tudo isso aos gritos. Só faltava babar e latir. Na verdade para quem via de longe parecia mesmo que ela estava latindo e como suava podia muito bem parecer que ela estava babando também.
Aí aparece um funcionário frustrado e incompetente.

- A senhora tá alterada?
- Senhora é sua Avó. Vai lá pra fila, entra no carro e deixa todo mundo passar na frente, quero ver se você vai achar bom. Não tem ninguém pra resolver isso não? E aqui não tem ninguém alterado.
- Olha nossa responsabilidade é do portão pra dentro, na rua a responsabilidade é da CET. E respeite a minha Avó, ela já é falecida.
- Ah é?! E nosso carro tá na calçada. E aí a responsabilidade é de quem? E que Deus a tenha!
- Na verdade seu carro tá entre a calçada e a rua. CET. Amém!
- Como é que é????
Nisso os carros e as motos já estavam buzinando.

- Quer dizer que ninguém aqui vai resolver é isso?
- Olha tem que falar com a CET
- E você quer que eu vá atrás da CET? Tô dizendo pra você que tá rolando um problema lá fora pra entrar na empresa em que você trabalha e você me diz que nem a empresa, nem você têm nada a ver com isso?!
- Tá, tá dona volta pra carro e espera lá, vou avisar o cara da CET.

E A moça voltou pro carro ao som de buzinas e gritos, dos outros e dela mesma. Dentro do carro o clima era um misto de alívio e vergonha. Ninguém deu um pio. Pouco depois entraram no clube. Almoçaram, assistiram ao Show, tudo certo.
Não, não o funcionário não chamou ninguém da CET. Sei lá o que aconteceu com a fila depois. O fato é que horas mais tarde a moça teve dúvidas se aquele surto foi causado por indignação ou por TPM mesmo.

6 Heim?!:

Irmãs disse...

As coisas estão tão malucas que as pessoas estão perdendo o controle. Mas eu acho que a moça agiu certo, pois o que me deixa mais revoltada nessa história além da falta de respeito dos motoqueiros é a atitude das pessoas em relação as coisas. É como se nada fosse com elas. Eita mundo políticamente correto chato que a gente vive.

Beijos!

Sah

Mari disse...

Se fosse comigo, não precisava de tpm não =P

Flavia D'Álima disse...

Vc tem razão Sah e na maioria dos casos (acho eu) essa coisa de ser "politicamente correto" não tem nada a ver c/ educação, respeito ao próximo e etc. É mais uma forma de ninguém se mexer pra nada, não se responsabilizar por nada, não mudar ou melhorar nada, enfim...

Então quer dizer Mari que vc é chegada em uma barraco?

Bjs Flávia

Juliana Aguiar - Atriz disse...

Confesso já ter passado por situações semelhantes a este causo e que qdo me calava, me remoia internamente, mas qdo abria o bocão para falar, era um baita alivio... o problema é qdo todo o mundo esta desiquilibrado, acho que pode gerar risco de morte.
bjks e parabéns pelo o blog!!!
Jú Aguiar

MeL disse...

Tem selinho pra vc!

Flavia D'Álima disse...

Oi Jú!!! Poxa legal vc por aqui, seja bem vinda.
Bj!!!

Pode deixar Mel vou lá pegar o que me pertence. Viva!!!
Bj

 
Era pra ser Ursula. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino