Blogagem Coletiva - Dois dias de vida

Então, tem uma história acontecendo entre um grupo de Blogs que é a seguinte: Toda semana um Blogueiro(a) lança um tema, uma pergunta e todos os participantes desenvolvem um texto sobre esse tema ou essa pergunta. No fim das contas ainda rola uma votação e o melhor texto é premiado.

Essa semana quem lançou o desafio foi a Fabi que escreve no E la vamos nos

Aí vai a pergunta:

O que você faria se soubesse que só tem 2 dias de vida?

Bom, fiquei na dúvida em responder a pergunta assim de cara, porque uma coisa seria se só EU e apenas EU no mundo inteiro fosse morrer. E outra coisa bem diferente seria se o mundo inteirinho fosse acabar não restando nada nem ninguém além das baratas.
Preferi ficar com a segunda opção a do fim do mundo. Se bem que nesse caso as pessoas estariam todas muito loucas né?! Seria provável que o mundo acabasse antes dos dois dias. Então pra resolver esse pequeno detalhe o contexto é o seguinte: O mundo inteiro vai acabar em dois dias, consequentemente eu e todo mundo morre (menos as baratas essas bichinhas asquerosas e resistentes), só que só EU saberia desse acontecimento apocalíptico.E porque é que só EU saberia disso? Já sei! Porque dias antes desse fato desastroso eu desenvolvi (ou descobri sei lá) o péssimo dom de ver o futuro. Pronto acho que agora posso responder.

Mas vamos começar pelo começo.

Certo dia acordei de manhã vendo o futuro de amigos e parentes próximos, um futuro esquisito já que todo mundo ia morrendo em um efeito dominó, primeiro achei que fosse ressaca tomei dois comprimidos e um banho, no banho também vi morrendo todos os meus ídolos, conhecidos, colegas de trabalho, garçons queridos e até o meu Blog. Ia vendo as mortes nos azulejos embaçados, um horror! Por fim tive uma visão assustadora vi o mundo se acabando em calor de asfalto, trânsito, aperto de busão e pancadaria em manifestações. Entendi o que estaria por vir. O fim apenas o fim.
Saí do banho decidida a viver intensamente os últimos dias, seriam dois. Coloquei a roupa mais linda que estava guardada novinha em folha esperando uma ocasião especial, não tomei café da manhã, enchi a cara logo cedo, tomei todo o vinho tinto que estava lá na adega, também aguardando um momento especial, raspei a cabeça não passaria as últimas horas perdendo tempo ajeitando as madeixas.
Segui em direção a alguns endereços procurando certos seres humanos que mereciam tomar uma porradinha sequer. Dei essas porradas. Depois procurei a academia mais próxima no intuito de aprender a dançar Salsa, o professor não queria ensinar dizendo que aquela hora não existiam turmas, dei uma porrada nele também e o moço mudou de idéia. Dancei Salsa.
Na hora do almoço gastei parte das minhas economias com um super restaurante. Não deixei minha mãe cozinhar e a obriguei a ir comigo, nela não dei porrada, se eu fizesse isso seria morta antes do fim do mundo. Também enchi a cara na hora do almoço. Minha mãe não estava gostando do meu comportamento, mas eu não me importava com isso.
Passei o resto da tarde beijando na boca.
Adotei um cachorro, brinquei com ele, enchi a cara de novo e fiz amor e sexo, amor e sexo, sexo e amor, mas não dormi não havia tempo pra isso.
Pintei uns quadros, ouvi os meus CD’s preferidos, organizei um churrasco só com carne de primeira, muita caipirinha, breja e queijo coalho. Precisei trocar de roupa, comi demais e a que eu usava ficou apertada repentinamente. No churrasco também tinha pudim, dan top e o pavê da minha infância. Estavam lá toooooodos os melhores amigos, cantamos, dançamos, encenamos não aguentamos o cansaço e a embriaguez e dormimos. Mas não mais acordamos.