Eles

Eles vivem atrás de mim.
Me seguem, me cercam, me atacam, me mordem, me sugam.
Não, eles não são vampiros.
Às vezes o ataque acontece em bando, ou não.
E fazem tudo isso sem permissão.
Não me sinto lisonjeada com essa perseguição, pra mim não é sinônimo de gostosura, deve haver outra explicação.
Não, não sei qual é, e a essa altura nem me interessa.
Sim, tá rolando uma irritação, é que eles deixam marcas e um efeito bem desagradável.
Eles são abusados, não pedem licença e se comunicam de um jeito tão chatinho.
Gostam mais da noite, os caras de pau. Pelo menos os que “andam” por aqui.
Não curtem fumaça, nem tabefes.
Eu gosto quando os acerto.
Não tenho dó, nem piedade. Quando consigo, sou implacável.
Mas eles são mais espertos, mais rápidos, mais leves que eu. Tem mais experiência, mais vivência, estão por aí a 170 milhões de anos tá?!
Quem sou eu né pra competir, pra querer vencê-los.
É, assim são eles.
E de uma coisa eu tenho certeza, eles me amam.
E eu, os odeio.
Os mosquitos.