Sexta feira, manhã comum, como as outras.
Lá foi Suzana para o seu atual trabalho temporário, que nem era mais tãããão temporário, pois a moça já estava lá há um ano, exatamente um ano.
Como nas outras manhãs Suzana foi a primeira a chegar, não que a moça seja super pontual é que ela era a única a entrar às oito da manhã. Tomou seu cafezinho, checou seu email, passeou pela internet, enfim tudo normal. Até as 10 da manhã, quando foi chamada até a salinha. A salinha era o lugar das conversas particulares, sérias ou constrangedoras.
Quem levou Suzana até lá foi a Fulana, uma das suas colegas de trabalho. Fulana não era A Chefe, não tinha um cargo superior ao dela, enfim, era a colega do lado.
Assim que entraram na salinha a Fulana, colega do lado de Suzana disparou a falar:
- Olha Suzana na boa tô de saco cheio viu! O que é que eu tenho a ver com isso? Fala pra mim. Fala. Não, porque você não sabe, toda hora é reunião, toda hora uma novidade. Sim, sim tô procurando emprego sim, porque desse jeito fica difícil, povo bundão, gente mais esquisita. Tenho certeza que você também tá de saco cheio, isso devia facilitar as coisas pra mim, mas não facilita, sabe por quê? Porque não tenho nada a ver com isso.
- Isso o que Fulana? (perguntou Suzana altamente confusa)
- Tudo Suzana, tudo. É tudo eu, tudo eu, tudo eu. E o que eu tenho a ver com tudo? Digo pra você: Nada, não tenho nada a ver com tudo, mas sou sempre eu, eu, eu. Tô virando até testemunha de papo de morto pode? Não, não pode.
Lá foi Suzana para o seu atual trabalho temporário, que nem era mais tãããão temporário, pois a moça já estava lá há um ano, exatamente um ano.
Como nas outras manhãs Suzana foi a primeira a chegar, não que a moça seja super pontual é que ela era a única a entrar às oito da manhã. Tomou seu cafezinho, checou seu email, passeou pela internet, enfim tudo normal. Até as 10 da manhã, quando foi chamada até a salinha. A salinha era o lugar das conversas particulares, sérias ou constrangedoras.
Quem levou Suzana até lá foi a Fulana, uma das suas colegas de trabalho. Fulana não era A Chefe, não tinha um cargo superior ao dela, enfim, era a colega do lado.
Assim que entraram na salinha a Fulana, colega do lado de Suzana disparou a falar:
- Olha Suzana na boa tô de saco cheio viu! O que é que eu tenho a ver com isso? Fala pra mim. Fala. Não, porque você não sabe, toda hora é reunião, toda hora uma novidade. Sim, sim tô procurando emprego sim, porque desse jeito fica difícil, povo bundão, gente mais esquisita. Tenho certeza que você também tá de saco cheio, isso devia facilitar as coisas pra mim, mas não facilita, sabe por quê? Porque não tenho nada a ver com isso.
- Isso o que Fulana? (perguntou Suzana altamente confusa)
- Tudo Suzana, tudo. É tudo eu, tudo eu, tudo eu. E o que eu tenho a ver com tudo? Digo pra você: Nada, não tenho nada a ver com tudo, mas sou sempre eu, eu, eu. Tô virando até testemunha de papo de morto pode? Não, não pode.
Tô nervosa sim, e não é descontrole não, mas é que nada disso está certo. Você entende minha situação?
- É, não sei Fulana se entendo...
- Tá vendo, tá vendo, até pra você fica difícil entender, imagina pra mim.
Enquanto Fulana falava e gesticulava sem parar, Suzana tentava ler o que estava escrito no papel que estava em sua mão. Não teve tanto sucesso, já que a mulher gesticulava muito, e Suzana também tentava entender alguma coisa daquela conversa, não, não, daquele monólogo tosco, por fim conseguiu ler duas palavrinhas: Aviso Prévio
- Peraí Fulana, você tá tentando me demitir, é isso?
- É né Suzana, não tá dando pra entender?
- Não muito.
- Bom, agora que eu disse e que você entendeu preciso da sua assinatura aqui ó, essa via é minha. Você assina e vai agora mesmo lá no RH, não faz sentido nenhum ficar aqui o dia todo, pelo menos isso né?! Agora me diz o que é que EU tô fazendo aqui?
- Mas eu posso esvaziar gavetas, limpar o computador...?
- Claro né. Deve. Porque imagina se não for você, quem é que vai ter que fazer isso? Eu claro. Não é isso agora? Tudo eu, eu, eu. E fala pra mim por quê?Qual o sentido disso? Não tenho cargo pra isso, não ganho pra isso Suzana!
- E desculpa perguntar, mas tem algum motivo?
- Pra que?
- Ué pra demissão.
- E eu sei lá, o que é que eu tenho a ver com isso? Nada Suzana, nada.
- É, não sei Fulana se entendo...
- Tá vendo, tá vendo, até pra você fica difícil entender, imagina pra mim.
Enquanto Fulana falava e gesticulava sem parar, Suzana tentava ler o que estava escrito no papel que estava em sua mão. Não teve tanto sucesso, já que a mulher gesticulava muito, e Suzana também tentava entender alguma coisa daquela conversa, não, não, daquele monólogo tosco, por fim conseguiu ler duas palavrinhas: Aviso Prévio
- Peraí Fulana, você tá tentando me demitir, é isso?
- É né Suzana, não tá dando pra entender?
- Não muito.
- Bom, agora que eu disse e que você entendeu preciso da sua assinatura aqui ó, essa via é minha. Você assina e vai agora mesmo lá no RH, não faz sentido nenhum ficar aqui o dia todo, pelo menos isso né?! Agora me diz o que é que EU tô fazendo aqui?
- Mas eu posso esvaziar gavetas, limpar o computador...?
- Claro né. Deve. Porque imagina se não for você, quem é que vai ter que fazer isso? Eu claro. Não é isso agora? Tudo eu, eu, eu. E fala pra mim por quê?Qual o sentido disso? Não tenho cargo pra isso, não ganho pra isso Suzana!
- E desculpa perguntar, mas tem algum motivo?
- Pra que?
- Ué pra demissão.
- E eu sei lá, o que é que eu tenho a ver com isso? Nada Suzana, nada.
Sei lá as coisas acontecem ! Por que é tá trânsito, por que é tá nublado, por que é que o chefe foi morrer...?
- Tudo bem, tudo bem, é é é, então tá.
Bom depois da conversa mais esquisita dos últimos tempos, Suzana limpou sua gaveta, seu computador e foi embora, rumo ao RH, com algumas dúvidas e três certezas:
- Tudo bem, tudo bem, é é é, então tá.
Bom depois da conversa mais esquisita dos últimos tempos, Suzana limpou sua gaveta, seu computador e foi embora, rumo ao RH, com algumas dúvidas e três certezas:
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1 - Ainda bem que vim de mochila hoje;
2 - Não vou acordar cedo por um mês, pelo menos;
2 - Não vou acordar cedo por um mês, pelo menos;
3 - A vida é mais, bem mais do que uma cadeira de rodinhas.
1 Heim?!:
Demissão é foooda!
Mas é isso aí bola pra frente Suzanna!
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