quinta-feira, 26 de junho de 2014

Myke, Totó, Snoop tanto faz

De quatro. Feito cão mesmo.
Babando até. Como o cão.
Latindo também. Com a boca bem aberta.
Em alerta, como que em guarda. Ainda o cão.
Hora feroz, hora com ladainha.
Ladainha de cão sabe? Aquela choramingação.
Com um circo de muitas pulgas, atrás das duas orelhas pontudas.
Pulgas mágicas, trapezistas, vendedoras de pipoca, palhaças...
Pulgas barbadas, atrizes, bailarinas, acrobatas... 
Entre outras coisas pulgas pulam.
Triste cão.
Pensa torto e tem muita imaginação.
Segue rosnando pra ladrão, que ninguém viu passar, nem sabe onde está.
Agonia de cão, sem ser cão de verdade, daqueles com liberdade, pra vazar por aí, língua de fora, em disparada que é corrida desembestada .
Mas que vive, o não cão,  no disparate de latir, babar, rosnar e abanar rabo até.
Sem pensar no ridículo que é, bancar o cão sendo mulher.


2 Heim?!:

Gugu Keller disse...

Fantástico! Uma contundente auto-ironia de só quem de fato sabe escrever! Meus aplausos!
GK

Flavia D'Álima disse...

Obrigado Gugu Keller!

 
Era pra ser Ursula. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino