Suzana e a Ceia de Padaria

Pois é.
Algumas pessoas conseguem se enrolar até pra comemorar, festejar, “virar” o ano. E a Suzana é esse tipo de pessoa. Não só ela, pelo menos não dessa vez. É que sua última aventura ou quase tragédia foi vivida em grupo. Especificamente no dia 31/12/2009.

A principio Suzana e mais quatro amigos passariam o grande dia O Reveillon juntos, na casa de um amigo em comum. Isso não aconteceu, pois o anfitrião cancelou tudo na última hora. Sim, Suzana e os quatro amigos ficaram com cara de ué! Mas isso não resolvia a situação, decidiram se unir para festejar.
Mas o que fazer? Pra onde ir?

Festa na Avenida Paulista? Não, não queriam.
- Deus me livre tomar mijo e garrafada na cabeça. Disse um deles.
Baladinha? Não, não queriam.
Eles não tinham grana pra uma super festa fechada, nem pra colocar a mochila nas costas e encarar uma viagem de última hora. Optaram por deixar tudo entre os cinco e fariam a festa na casa de um deles mesmo.

Depois de fazer a transferência da festa foram ajeitar a Ceia. Como bons brasileiros que são deixaram para o último dia, e claro última hora. Resultado: deram de cara com a porta do super, do hiper, do multinacional mercado.

- Mas como assim fechado? Protestou Suzana. Precisamos comprar nossa Ceia moço!
- Sinto muito, o atendimento hoje é só até as 18h. Disse o prestador de serviços sem dó nem piedade.
- Puxa eu nem sabia que Carrefour fechava. Disse a nova anfitriã. O pior gente é que não tem comida em casa não. Só milho de pipoca.
- Não, pipoca não! Protestaram todos.

Se informaram com outras pessoas que estavam na porta do estabelecimento sobre outro mercado, que de preferência estivesse aberto.
As pessoas foram citando um, dois mercados, um bebum animado e prestativo até queria levá-los ao destino das compras, mas foi interrompido por um taxista:

- Tá tudo fechado passei pelos três mercados da região e nada. Esse povo também tem família né?! Merece um descanso.
- Puta merda e agora?! O que vamos fazer? Disse Suzana já se agitando. Que festa é essa sem comida, sem bebida...? Que Reveillon é esse gente sem brinde? E padaria!? Tem alguma padaria bacanuda por aqui? Perguntou Suzana ao taxista.
- Tem sim a Paris, é uma padaria grande, bonita e cara.

E saíram os cinco rumo a Paris. Sempre camelando já que nenhum taxista quis levá-los. Pois é, nem táxi eles estavam conseguindo.
Não chegaram a Paris sem antes passar por Portugal e França... (Assim são as padarias no Tucuruvi) Por fim encontraram, realmente Paris era uma super padaria, bonita, cheia de variedades e cara.
Fizeram a comprinha, vinho, defumados, salgadinhos, vodka, doces... E depois do assalto no caixa conseguiram até ir de táxi para casa.

Já estavam meio cansados, mas nada que a Vodka não resolvesse. Passaram a noite dançando pérolas da disco music, pois é, participaram da festa Village People, Donna Summer e por aí vai. Também curtiram Abba soltinhos, soltinhos. Dançaram e berraram com a Blitz, soltaram a voz no péssimo videokê, até Susan Boyle escutaram, credo! Remexeram com a Beyoncé, Gretchen e Magal.
Uns rolaram com cachorro, outros rebolaram no sofá e todos sem exceção encheram a cara. Aí entre cliks, brindes e tombos o ano novo chegou. E independente dos desencontros e das trapalhadas estavam entre amigos. O que faz toda diferença já que os micos são bem vindos e os abraços sinceros.
Ah! Vale ressaltar que nenhuma, mas nenhuma taça foi quebrada.

“Dançar é uma delícia, dançar é uma delícia! Pode chamar a polícia eu não quero mais parar”
(Sidney Magal)

Fica aqui registrado: Walter Lins, Wagner Pereira, Lídia Sant’Anna e Daniella Murias. Seus amados!