quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Aos Prófis

- A Adriana promovia eventos vários pra turma “B-A-BA do Pré” (que Deus a tenha);
- A Benedita tinha a cara da Erundina, arremessava objetos nas criancinhas da sala com o consentimento dos pais e, ainda ganhava presentes em datas comemorativas. Chorei de desgosto, revolta e beliscão da Dona Marinalva ao ser obrigada a entregar uma Nossa Senhora Aparecida afogadinha (aquelas que ficam em garrafas com água) com flores pra ela ;
- A Cidinha era carinhosa e nos presenteava com bolo. Bolo caseiro veja bem!
- O Moacir, dublê do Ravengar (que Deus o tenha também - o ator de Ravengar não o Moacir) não era nada criativo, história pra ele era decorar, decorar, decorar;
- Queria lembrar o nome da evangélica que passou pela E.E Tenente Ariston de Oliveira, ela tinha um tique no olho e nos fazia decorar com serragem, casca de ovo, pó de café... Cópias de passagens da bíblia. Ela chamava essa prática de arte;
- Teve um cara que ensinava matemática e operava milagres no reforço, me encaminhou pro único 7 da minha vida nessa disciplina maldita;
- A Maria Luiza, especialista em secretariado (sim, estudei secretariado), urrava sempre o quanto achava horrível contorno de boca mais escuro que o batom. Marrom no contorno era a moda da época, não importava a cor do batom. Tenho que admitir ficava tenebroso mesmo;
- O Zé Carlos (vou chamá-lo assim porque acho que combina com a cara do moço que carrego na lembrança), além de dominar Geografia, aterrorizava a juventude e seus hormônios descontrolados, com fotos de DST’s cabulosas, que certamente são caso de estudo devido à gravidade. Pepecas e paus purulentos, bolhudos, couve-florzentos nunca mais saíram da memória. Viva a camisinhaaa!
- A Regina curtia super as minhas redações viajandonas;
- E como tudo na vida tem do bom e do bem ruim o Nelson levava um radio toca fitas pra meninada do secretariado dançar É o Tchan, isso aí descer até o chão. Pra ele isso também era arte... E dá-lhe bundinhas juvenis sacolejando na escola.
- As de dança judiaram do corpo, mas tontas que não são, massagearam, apaixonaram a alma;
- Os de teatro abriram janelões na minha vida, apresentaram um mundo tão mais divertido, menos murado, recalcado...
- E os de artes (mesmo), que fui assimilar depois de adulta, esses juntaram lé com crê, mostraram que tudo está ligado, é igual e totalmente diferente, porque está sempre lá, na frente. 
Quanta gente!!!
Ahhh ficaria bem mais felizinha se tivesse conseguido lembrar os nomes desses professores todos, eles mereciam, já que estão aqui na memória, outros no coração. 
Esse povo forma. Transforma gente. A gente. E eles. E todos! Ave.
E dizemos o quê, parabéns? Fala sério. É gratidão sem fim, no mínimo.
E são tempos dublados (é isso mesmo, de dublagem ruim, com delay, entonação esquisita), cascudos, pra quem é professor, não é? 
Só com fé.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

E o título?

Aquele tipo de pessoa que tem preguiça. Sou sim.
Preguiça de acordar cedo, de tempos em pé em ônibus lotado, de dieta em final de semana, dia santo ou feriado, preguiça do povo que dorme, acorda e passa o dia mal humorado, preguiça de quem tem toda razão do mundo inteiro, de não mudar de opinião, de ignorar o que grita o coração, preguiça da minha miopia, tenho preguiça de balde de água fria, de dor de dente tenho muuuuuita preguiça, inchaço me causa preguiça sem fim, e de quem nunca diz sim? Preguiiiiiça... Tenho tido preguiça de escrever, de defender... De quem é incapaz de aprender, ali, com o outro, que sabe "igual quinem". Preguiça de viver assim, escrava, do tempo, do trabalho.
E preguiça é um negócio que mora em uma lista de pecados! É isso então mundão, tamo lascado?
Sei lá, o que pode salvar, é minha preguiça de odiar.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Pode ser no Contratempo

A Jukebox em que vivo tem tocado musicas dançantes!
Como muitos, também moro numa caixa. Psicodélica, trepidante, versátil, mas uma caixa.
Ela: toca, toca, de forma incessante.
Eu: danço conforme a música, ritmos que só fazem bem.
Como a muito não fazia, me deixo conduzir. Não importa muito pra onde vai o passo. O par é o que há. O par é que me dá, e me dá, e me dá... Em muito mais que oito tempos, vontade de ficar, dois pra lá, dois pra cá, desde que seja junto, desde que tenha cheiro, desde que seja perto. No alcance do abraço, esse menino que diz ser muito macho, mas que chega delicado, tem desejo de tarado, por agradar e aconchegar.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Brincar de achar-achar

O tempo é uma criança que não morou em condomínio.
Sabe moleque que sempre brincou na rua? Assim é o tempo.
Sim, moleque desbocado. Moleque que jogou bola, se arrebentou em carrinho de rolimã. Moleque que empinou pipa, rodou peão, embolou no chão. Moleque que chegava sujo em casa. Pelo desgosto apanhava da mãe. Mas não aprendia a lição. Não deixou de brincar.
E como é difícil mudar totalmente, ainda hoje assim é o tempo. Brincalhão!
Só que ele cresceu, em vez de brincar na rua, brinca com a gente. Sem permissão, às vezes com mal humor...
O tempo não se importa com a nossa opinião. O tempo é só, nunca teve irmão. O tempo quando quer nos engana. Quando dá na lata o tempo é sacana. Faz história de anos parecer que foi ontem. Faz história de ontem necessidade da vida. Faz sensação de saudade durar feito fila de banco. E pra ser clichê, quando se trata de amor o tempo voa. Longe, alto. Arauto que é anuncia que não, nem a pau vai a pé.
Mas o amor, que é um sábio enrugado senhor, tá cagando pras questões, organizações, confusões do tempo. Amor não usa relógio, não ganhou calendário em açougue ou padaria. O amor quer brincar também, de achar-achar, porque esconde-esconde é coisa do tempo. Espirituoso, o amor ri das suas piadas e roubadas. E como não é bobo recebe do tempo só o que é presente. 
E tudo certo o tempo ser esse moleque que virou comediante. O senhor amor tá bem preparado, malhado, sarado. Anos de academia dão garantia pra qualquer maratona, de risos, caminhada e veja bem, até de emboscada.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Baby, atenção!

Essa onda bem vinda de verão, não é exagero, nem confusão, é chamego de dança, gostosura tipo namorico de portão. Ou é exagero, já que transborda, gera confusão, porque domina, e dá-lhe gostosura, tipo namorico de portão!
Precisa passar não, por aqui, fique. 
Exercite, essa prática de adorar. 
Excite, com essa mania de encantar. 
Vale presentear, com disposição pra estar, só estar. As vezes embolado, no caldo, outras no pensamento, na portaria, no bairro distante, na canção, tanto faz. Só não dá mais, para não ser dois. E mais que dois, porque quando se soma é assim, o bem que se tem dá para multiplicar. 
Conta doida? É de quem não é bom em calcular, e sim em admirar, comemorar... O encontro, a empolgação a lá pipoca, a sorte de um você no mundo por estações e estações, a troca.


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Eve (A Malvada)

Seu perfume lembra cheirinho de maça, se diverte por aí com artimanhas Amelie Poulan, não fosse assim, não fosse anã, tramaria só em diários. Mas como passa despercebida, quer desequilibrar, desestabilizar, rasteirar, e assim, quem sabe alcançar, com suas curtas torneadas perninhas, alguma coisa assim, além de vingancinhas.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Sobre resoluções ou Pode ser que sim

Para quem perde as listas todas, não ter resoluções poderia ser uma resolução.
Poderia.  
Mas parece coisa de gente sem perspectiva, sem esperança, sem objetivos.
A pessoa que quer ser melhor no ano que inicia precisa ter uma listinha de resoluções. Está decidido.
Coisas inalcançáveis podem sim constar na lista, porque depois de um ano, caso a fulana não tenha se perdido, será uma boa piada e, rir de si mesmo é sempre um bom negócio, saída de emergência próxima, geladinho de limão, que é azedinho, mas também adoça, refresca e tem pouquíssimas calorias.
Pode ser que pessoas indecisas demorem para concluir a tal lista. No meu ponto de vista tudo bem! A gente não precisa mudar tudo, conseguir tudo, melhorar tudo, iniciar tudo à partir de Janeiro. Janeiro é quente pra danar, o mundo tá meio de férias, rola uma preguiça e, chegar no carnaval cansado não é recomendado.
Essas justificativas Flavianescas estão no texto porque é quase 15 de Janeiro e por aqui nada.
Nada mirado, nada certeiro, nada faceiro.
Nada revolucionário, nada power transformador, nada que não seja quase o mesmo.
Aí para garantir um texto com algum fim, faço a tal lista meio assim, sem muito compromisso, como quem não tem nada com isso, porque cuidar da própria vida, direitinho, não é algo que se resolva assim, vapt vupt, numa teclada só.
Então segue a minha "Listinha pode ser que sim 2015, pode ser que sim":
  • Seria maravilhoso parar de deixar as coisas todas pelo caminho. Tá, todas é muito. Reformulando: não deixar ao menos duas coisas, sem conclusão, pelo caminho. 
  • Dançar e amar mais. Porque quase não tem custo (veja bem, quase), faz bem para pele, para as articulações e da para juntar e farrear com uns corações. Vai dizer que é ruim? Que a vida não é melhor assim? Só no passinho. De dois em dois. 
  • Resolver o carma acadêmico (ou karma, sei lá, nunca sei qual é o certo), que me persegue há tempos correndo muito mais que eu. 
  • Entrar ou me livrar das "calças velhas". Apego que não vale a pena.
  • Fazer economia para me livrar da miopia.
  • Fazer economia para me livrar das dívidas.
  • Fazer economia.
  • Aprender a nadar? Sério, vários momentos constrangimento por não ter esse conhecimento. 
  • Ganhar na mega sena vale como meta minha que não depende só de mim? Acho que não né? Reformulando: aprender a jogar na mega sena, para quem sabe, talvez, ficar milionária e, poder fazer tudo certo e errado várias e várias vezes.
  • Aprender a jogar no bicho, para quem sabe, talvez, ganhar alguns trocados.
  • Ser menos barata tonta acreditadora. Não levo nada na promoção com isso.
  • Ir mais ao teatro. É o fim ser atriz e não ver o tanto de espetáculos que não vejo.
  • Siiiimmm, continuar indo aos shows preferidos, porque me faz um bem danado.
Acho que com essa "listinha pode ser" dá pra começar. 
Uma ideia que pode ser válida é a de uma listinha a cada seis meses, a cada dois meses, a cada três anos, sei lá. Vai do gosto, tempo para isso e organização do listador.
No fim das contas, tô achando, que o que vale é viver sem esperar tanto do ano que é só mais um. E como os outros não manda nada do céu, mal tá mandando chuva. E a enxurrada de expectativas de que algo maravilhoso possa acontecer porque o tempo está passando e é só isso, pode ser tão frustrante... 
Concluo (por hoje) essa história de resoluções com a certeza de que, se conseguirmos passar um tempo fazendo o que amamos, nos dedicando a algo em que verdadeiramente acreditamos e nos alimenta, tá valendo. "Só" isso, já é prática de quem está podendo.
 
Era pra ser Ursula. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino